segunda-feira, 19 de julho de 2010

Em cartaz.



Esse sempre vai ser um espaço para comentar sobre os filmes que estrearam na semana. Mas, como os cinemas estão muito fracos no quesito estreia, vou falar de dois filmes que estão em cartaz: Shrek Para Sempre e Toy Story 3.
Ambos tem muito em comum: são animações de muito sucesso, possuem personagens queridos, tanto pelo público infantil quanto pelo adulto, e são o último episódio de suas sequências.

Toy Story, 1 e 2, marcaram minha infância e foi com relutância que aceitei a ideia de um terceiro filme. Fui ao cinema cheia de preconceitos e saí encantada e com lágrimas nos olhos. Porém, enquanto Toy Story 3 traz uma história com muito humor ( incluíndo um ken metrosexual, um senhor batata esticado e um Buzz en español e apaixonado), mas que emociona o espectador que se sente parte da despedida entre Andy e os seus brinquedos, Shrek para sempre não faz jus ao título. Um filme com personagens ótimos, mas que já tinham feito a sua parte, então caiu no desgaste da piada repetida e da história previsível. Engraçadinho, mas não chega aos pés dos primeiros, esses sim ficarão para sempre na memória.

Enfim, fica a dica de ver os dois filmes. Mas sem criar grandes espectativas. Apenas curtir. Shrek não teve seu melhor filme, mas vale a pena ir ao cinema para ver seus realmente fofos filhotes, o gato gordo e uma dança de ogros comandados pelo flautista mágico. E Toy Story, bem, aí vale a pena ir pra relembrar um pouco do que é ser criança e dos nossos próprios brinquedos.
Saudade.

sábado, 17 de julho de 2010

Mary e Max



Normalmente quando ouvimos a palavra "animação", relacionada a um filme, nosso cérebro automaticamente faz a ligação com filme de criança.
Normalmente nosso cérebro está correto e o que vemos é uma história divertida, com boas lições morais e que, em minha opinião, sempre vale a pena, por trazer leveza e um tanto de fantasia para alegrar o nosso dia.
Normalmente esse tipo de filme, visando alcançar um número maior de pessoas, também contém piadas que as crianças não entendem e conseguem agradar os pequenos pelo encantamento com os desenhos e coisas engraçadas e os maiores com as piadas que, observadas com cuidado, muitas vezes são críticas sociais ou apenas apelam para a sexualidade.
Normalmente esses filmes são para divertir, ensinar algo e deixar os espectadores felizes ao final.
Normalmente.
Mas Mary e Max não é um filme normal.

Sinopse: Mary tem oito anos, vive na Austrália, mora com o pai e com a mãe alcoólatra depressiva. Max tem quarenta e quatro anos, vive em Nova Iorque e sofre de Síndrome de Asperger. Ambos são deslocados, e sentem a necessidade de ter um amigo. Mary resolve escrever uma carta para alguém e escolhe Max, um desconhecido, numa espécie de lista telefônica. Essa primeira carta é o início da amizade, que a princípio seria impossível, entre os dois. Mary escreve a Max falando da sua vida e questionando-o sobre as coisas que ninguém quer explicar a ela e ele encontrou na menina a única pessoa capaz de entendê-lo. E eles prosseguem se correspondendo até a idade adulta de Mary.

A história trata de temas pesados que são complicados até de se contar em filmes com atores. Mas é incrível quanta expressividade é passada por bonecos de massinha (foi todo feito em stop-motion, com ajuda da computação gráfica para finalização).
A narração é um dos seus pontos fortes. Enquanto o narrador conta uma história, nós vemos outra. A ironia deixa tudo mais interessante.
Outro ponto forte são as vozes, por isso aconselho que assistam em inglês.
É um filme que fala sobre os medos e inseguranças humanos e nos faz refletir sobre a sociedade e como agimos e reagimos a ela.
Todas as personagens são muito complexas e tem muita carga emocional. O problema de Max causa angustia e dá vontade de ir lá e dar um abraço nele, mas, se isso fosse possível, ele provavelmente teria uma crise das piores.
Mary começa inocente como a maioria das crianças e é muito divertido acompanhar seu processo de amadurecimento, quase inevitável não lembrar dos nossos próprios questionamentos e descobertas da infância.
A comicidade é muito forte, mas é apenas mais um dos elementos da ironia encontrada em cada fala. O humor serve para encobrir o drama.
E a grande sacada do filme: Mary vê o mundo em tons de marrom e Max o vê em preto e branco. E essa diferença de visual simboliza a diferença das vidas deles e dos mundos deles. Mas em mim criou a expectativa do encontro do marrom com o preto e branco. E não fiquei frustrada.

Não é um filme que traz leveza e fantasia e, definitivamente, não vai alegrar o seu dia. Contanto, traz muitos questionamentos e nos deixa até um pouco frustrados, porém Mary e Max, com toda sua inabilidade em se socializar, terminaram sendo cativantes e nos fazendo torcer por um final feliz, porque é o que normalmente esperamos que acontecesse. E quem dirá que não o é.

Ps.: Quem, ao acabar de assistir, teve vontade de escrever uma carta para um estranho?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cinema Paradiso, o filme.



Como o nome do Blog foi escolhido inspirado nesse filme, nada melhor do que minha primeira crítica ser dedicada somente a ele.
Sinopse: Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, título original) é um filme italiano, feito no final da década de 80. Conta a história de Salvatori di Vita, cineasta bem-sucedido, que um dia recebe a triste notícia de sua mãe: Alfredo morreu. A partir daí a história entra pelas memórias de totó, apelido de salvatori quando criança, da época que fugia para o "Cinema Paradiso" e ia ajudar Alfredo, o projecionista e segue nos mostrando como aquele menino travesso e mal-criado foi crescendo e se apaixonando pelo cinema até tornar-se o que é.
Diretor: Giuseppe Tornatore.

O filme é simplesmente encantador. Qualquer pessoa, que como eu, seja amante do cinema vai ficar fascinada com a história de Totó e Alfredo.
As personagens são muito cativantes: Alfredo, que tenta ser um velho rabugento, mas que é conquistado pelo interesse do menino por sua profissão, mesmo que muitas vezes perca a paciência com as suas traquinagens e Totó, que é uma criança muito ativa, que cria um espantoso interesse pelo funcionamento do cinema e torna-se ajudante de Alfredo.
A medida que Totó vai crescendo o espectador começa a torcer pelos dramas do jovem e tem suas expectativas quebradas por diversas vezes. Até com um amor frustrado.
A história é conduzida com muito humor. Aquele típico humor italiano, exagerado, mas que passa tanta verdade que é inevitável rir com as trapalhadas dessa dupla pouco improvável, mas que se entendem tão bem.
A amizade é o segundo plano do filme, sendo que o primeiro é nitidamente a paixão por cinema, e temos um exemplo de amizade tão puro, que voltou aos cinemas na atualidade em "Up": a amizade entre a criança e o adulto. Sem maldade, sem as atrocidades que vemos todos os dias nas páginas policiais. É incrível a admiração que Totó tem pelo velho projecionista e o afeto que este tem pelo primeiro. Sem nenhum interesse, amizade por amizade. Isso é muito massa.
O elenco é incrível com destaque para o ator mirim que faz Totó, Salvatore Cascio, nome que coincidiu com o da personagem e para Philippe Noiret, o Alfredo. Os dois tem um esntrosamento que ajuda a história fluir.
Destaque também para o próprio Cinema Paradiso, o local é tão vivo quanto qualquer ator em cena e eu criei um afeto especial por ele, acho que a paixão de Totó contagia.

Um filme para rir, para se encantar e para dar vontade de ir ao cinema. Mesmo que não seja o Cinema Paradiso.

Crítica Amadora

Eu amo cinema. Sempre amei. Amo sentar no lugar perfeito (no centro da fileira, nem muito perto, nem muito longe da tela), amo o cheiro da pipoca, amo o escuro que aconchega e amo, principalmente, mergulhar numa história que me acrescente algo e que me proporcione duas horinhas em que esqueço meu mundo e conheço o mundo de outra pessoa.
Então, eu criei o hábito de ver pelo menos um filme por semana no cinema, além dos que sempre vejo em casa. Com isso, virei alvo constante da mesma pergunta: "Tal filme é bom?". Daí surgiu a ideia do Blog, que seria um espaço para eu comentar o que achei dos filmes que estreiaram no cinema, dar dicas de filmes que vi em casa mesmo e, até mesmo, os que marcaram minha vida.
Desde já, deixo claro que não sou profissional da área, ou seja, não sou qualificada para fazer críticas técnicas sobre os filmes. Aqui eu vou expor minhas opiniões pessoais, que nem sempre vão de acordo com a crítica especializada ou com o gosto do público. Gosto do termo "crítica amadora", porque é o que sou. Não só por não ser profissional, mas por realmente amar discutir cinema.
Enfim, espero que também usem o blog como espaço de discussão, sempre respeitosa, sobre os filmes em questão e que possamos trocar ideias e dicas.

E é isso.